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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Apanhador de Sonhos


     Reza a lenda que um velho índio norte-americano buscava uma Visão no topo de uma montanha. Na tradição destes nativos esta era uma prática comum. O índio mais velho, considerado mais sábio, tinha a tarefa de buscar Visões no topo da montanha e repassar à sua tribo.
       Mas estava o velho índio sábio no topo da montanha quando, de repente, apareceu Iktomi, a Aranha. Esta comunicou-se com ele em linguagem que eles consideram sagrada.
   Era sagrada porque era o ensinamento a ser repassado para a tribo. Desta vez a comunicação foi feita em forma de arte. Iktomi, então, pegou uns pedaços de cipó, torcendo para formar um aro, e se pôs a tecer uma teia com crina de cavalo e algumas pedras, penas e outras ofertas que havia recebido da tribo.
     Enquanto tecia, Iktomi falava sobre os ciclos da vida, do nascimento até a morte, das forças boas e más que podem ser encontradas pelo caminho em cada uma das fases do desenvolvimento e dizia ainda:
    “Se você trabalhar com forças boas será guiado na direção certa e entrará em harmonia com a natureza. Do contrário, irá para direção que causará dor e infortúnios”.
    Terminando a teia e o ensinamento, deu ao velho índio o aro de cipó com a teia no centro dizendo:
    “No centro está a teia, representando o ciclo da vida. Use-a para ajudar seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas idéias, sonhos e visões. Os sonhos vêm de um lugar chamado Espírito do Mundo que se ocupa do ar da noite com elementos bons e ruins. A teia, quando pendurada, se move livremente e consegue pegar sonhos quando eles ainda estão no ar. Os bons sonhos sabem o caminho e deslizam suavemente pelas penas até alcançar quem está dormindo. Já os sonhos ruins ficam presos no círculo até o nascer do sol, e desaparecem com a primeira luz do novo dia.”
    O velho índio agradeceu Iktomi, desceu a montanha com todo cuidado para não estragar o símbolo do ensinamento que veio em forma de arte, e chegando à tribo reuniu todos no centro da aldeia, crianças, jovens e velhos. Ele mostrou o objeto que chamou de Apanhador de Sonhos, repassando à tribo todo o ensinamento recebido de Iktomi e ali representado pela mandala tecida pela Aranha.
    Todos decidiram pendurar o Apanhador de Sonhos em um lugar bem visível e onde o sol, logo ao nascer, pudesse alcançá-lo e, com seus raios, fazer desaparecerem os sonhos ruins.
     Dizem que desde então os moradores daquela aldeia, todos os dias quando o sol se põe, se reúnem em volta do Apanhador de Sonhos com o velho índio sábio para agradecer e celebrar com cantos e danças o ensinamento de Iktomi.

História de Domínio Público
Adaptação: Joyce Carvalhaes.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Dois Lobos

      Certa noite, um velho índio falou ao seu neto sobre 
o combate que acontece dentro das pessoas.

      Ele disse: 

      "- Há uma batalha entre dois lobos que vivem dentro 
de todos nós. 

      Um é mau: é raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, 
cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, 
ressentimento, inferioridade, orgulho falso, superioridade e ego.

O outro é bom: é alegria, fraternidade, paz, esperança, 
serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, 
generosidade, verdade, compaixão e fé."

      O neto pensou nessa luta e perguntou ao avô: 

      "- Qual lobo vence?"

      O velho índio respondeu:  

      " - Aquele que você alimenta!"

(Anônimo)